Chegou á sexta-feira, o dia que homenageamos e rendemos agradecimentos aos Divos, que se destacaram, ou se destacam através dos seus feitos em prol de um bem maior, quer na dança, música, moda, cinema, desporto, artes, culinária, designer, entre outras áreas.
Estrela britânica em ascensão em Hollywood, pois é, Daniel Kaluuya será o Divo desta semana e será o homenageado de hoje pelos seus grandes papeis representados ao longo desses anos e por agitar a mídia desde a sua nomeação no Oscar 2021.
Daniel Kaluuya ganhou neste domingo (25) o Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel que desempenhou de Fred Hampton, o falecido líder da Organização política “Black Panther” no filme “Judas and the Black Messias” realizado por Shaka King. Um prémio comemorado pela comunidade negra em geral.
Considerado uma estrela emergente do cinema americano, emplaca ao lado de atores negros da nova geração populares entre o público como Mahershali Ali, Lakeith Stanfield, Michael B. Jordan e o falecido Chadwick Boseman.
Nascido em 1989 em Londres aos 24 de fevereiro, cresceu em um bairro humilde da capital britânica apenas criado pela mãe de nacionalidade ugandesa e imigrante, junto com a irmã mais velha, já que o seu pai morava no Uganda e raramente visitava a família. Daniel já mostrava interesse pelo teatro e aos seus nove escreveu a sua primeira peça, ganhando a atenção da mãe, que o matriculou no St Aloysius College.
Anos depois começou a contracenar como ator dramático na televisão britânica no ano de 2006 ganhou o seu primeiro papel na série dramática da BBC ” Shoot the Messenger” levando-o depois a fazer parte da série adolescente icônica “Skins” onde também trabalhou como roteirista.
Teve pequenos papéis e participações em séries britânicas como “Doctor Who”, “The fades” e “Babylon”. Em 2010 conseguiu o seu primeiro papel no teatro com a peça “Sucker Punch”, precisando emagrecer muito para interpretar um boxeador. Com o sucesso em “Sucker Punch” foi rendido com vários papéis em filmes como ” Retorno de Johnny English” (2011), “Kick Ass 2” (2013), “Sicario: Terra de ninguém” (2015) e “As Viúvas” (2018).
Participou também na série Black Mirror da Netflix no episódio “Fifteen Millions Merits”.
Fez história com o seu primeiro grande papel nas grandes telas com o filme “Corra!” Em 2017, convidado pelo Jordan Peele, o diretor do filme que ficou fascinado pelo papel de Kaluuya em Black Mirror, sendo um marco pop desta geração. Lançado assim a sua carreira Internacional com aclamação do público geral e crítica especializada, foi indicado aos prêmios da Academia de melhor ator em 2018 e a película indicada ao Oscar de melhor filme, ganhando o Oscar de melhor roteiro original, sendo o primeiro filme de terror a ganhar nesta categoria.
Mesmo não sendo galardoado nas principais premiações de Hollywood no mesmo ano, ele continuou a trabalhar em papéis emblemáticos como foi no icônico e sucesso de bilheteria da Marvel “Black Panther” (2018) no papel de W’kabi, e no filme “Queen and Slim” (2019) no papel de Slim.
O grande momento da carreira chegou com o Drama Judas and The Black Messiah, baseado em factos reais e interpretando brilhantemente Fred Hampton, ativista dos direitos negros e líder dos Black Panther que teve ascensão politicas, assassinado aos 21 anos em 1969 pelo FBI após ser traído por William O’Neal.
Com forte aclamação da crítica e do público, foi um dos favoritos para vencer o Oscar de melhor ator coadjuvante; Kaluuya manteu-se confiante e parcial na nomeação numa altura de fortes protestos sociais contra a violencia policial em toda América, representado a comunidade negra subtilmente a luta contra racismo e discriminação racial junto com o movimento Black Lives Matter.
Kaluuya venceu o Oscar e disse em seu discurso: “Meu, irmão, Fred Hampton, que homem. Que homem. Abençoados somos nós que ele tenha existido. Obrigado por sua luz. Com 21 anos, ele foi capaz de ajudar crianças e dar atendimento médico gratuito. Ele me ajudou a me amar. Me ensinou o poder da união. Há muito trabalho a ser feito. Nós temos trabalho a fazer. Quero voltar a trabalhar. Na terça, porque hoje vou sair. Obrigado à minha mãe e ao meu pai, porque eles transaram um dia e estou aqui agora”, disse Kaluuya, deixando a mãe, que estava na plateia em Londres, embaraçada.
O ator se tornou unanimidade em todas as premiações a qual foi indicado: Oscars, Globo De Ouro, BAFTA, SAG Awards e Critics Choice. Além disso, após 93 anos, “Judas e o Messias Negro” é o primeiro filme indicado na categoria que conta com a produção formada apenas por pessoas negras.
Por: Mehret Caetano