Actualmente, homossexuais ocupam posições importantes na sociedade, sejam políticos, artistas, cientistas ou empresários. Mas poucos desconhecem que mesmo antigamente eles já faziam história.
A condenação dos gays veio com a ascensão das religiões monoteístas. Em 533, o imperador cristão Justiniano assinou a primeira lei que proibia as práticas homossexuais. A pena pelo “crime” podia ser a morte.
Nos séculos seguintes, a história da comunidade homossexual foi marcada por condenações, perseguições e assassinatos. Mas também por grandes feitos na política, na ciência e nas artes. Conheça aqui 6 homossexuais que, para o bem ou para o mal, mudaram a história.
Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.)
Sócrates, um dos principais filósofos ocidentais, viveu na Grécia Antiga, onde era normal um homem mais velho manter relações sexuais com homens jovens. O tutor de Platão chegou a declarar que o sexo anal era sua melhor fonte de inspiração e que relações heterossexuais serviam apenas para procriação.
Alexandre, o Grande (356 a.C. – 323 a.C.)
A orientação sexual do guerreiro macedônio é assunto que já rendeu polêmicos estudos acadêmicos, livros e até filmes hollywoodianos. O historiador Plutarco conta que Alexandre se casou quatro vezes (com mulheres). No entanto, alguns historiadores, como Diodoro Sículo, afirmam que o guerreiro teria tido pelo menos um amante-homem, Heféstion. Aliás, quando Heféstion morreu, Alexandre teria ficado sem comer e beber por vários dias.
Leonardo da Vinci (1452 – 1519)
A versatilidade e o talento de Leonardo da Vinci nunca surtiu dúvidas: ele foi cientista, engenheiro, anatomista, botânico e inventor e pintor, claro. Com base em registros históricos e em escritos pessoais, biógrafos de Da Vinci deduzem que o gênio teria sido homossexual. Leonardo passou, inclusive, por um tribunal após ser acusado de sodomia com um homem prostituto. A acusação não foi adiante, mas os boatos a respeito da sexualidade de Da Vinci permanecem até hoje.
Ernest Röhm (1887 – 1934)
Homossexual assumido, Röhm foi um dos braços-direito de Adolf Hitler e um dos responsáveis pelo crescimento do movimento nazista na Alemanha dos anos 1920-1930. Devido à sua orientação sexual, o oficial tinha muitos inimigos dentro do partido. O resultado da sua união com Hitler não poderia ser diferente. Quando o fürher percebeu que Ernest poderia lhe causar sérios problemas (como uma contradição histórica inexplicável), decidiu tirá-lo do seu caminho. Fez o mesmo que fazia com muitos dos homossexuais da época: matou.
Harvey Milk (1930 – 1978)
Harvey Milk, representante distrital de São Francisco, foi o primeiro homossexual que declarou-se e conseguiu vencer uma eleição nos Estados Unidos. Em uma sociedade conservadora da década de 1970, ele discursava em favor da liberdade e tentava dar esperança aos outros homossexuais. Seu activismo foi importante na luta do respeito às diferenças homossexuais: 11 meses após ser eleito, Milk conseguiu aprovar uma lei sobre os direitos dos homossexuais de São Francisco. Personalidade polêmica e visada por conservadores, o militante foi assassinado um anos após ser eleito.
Alan Turing (1912 – 1954)
Alan Turing, matemático e cientista da computação. Turing foi um dos responsáveis pela formalização do conceito de algoritmo, base da teoria da computação. Também criou a Máquina de Turing, tecnologia que deu origem ao computador moderno. Durante os anos 1940, ajudou a projectar o supercomputador Colossus, que desvendava códigos secretos dos nazistas. Apesar de suas grandes façanhas, respondeu a um processo criminal em 1952. O crime? Homossexualidade. A pena? Tomar hormônio sexual feminino, condenação que teria prejudicado sua saúde e, dois anos depois, provocado sua morte.
Eles são artistas, cientistas, filósofos e até mesmo imperadores que arrasaram no que faziam e marcaram seu nome nos livros de história mundo afora. Um verdadeiro Exemplo do “ nós somos o que quisermos ser”.
Source: BBC https://bit.ly/3Cj7rKa
Por: Jones Marcos Canhoca