Mr. James Baldwin o grande crítico

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Um homem repleto de tão admirável talento que conseguiu em tempos difíceis fazer soar a sua voz trazendo  perguntas pessoais fundamentais e dilemas em meio a pressões sociais e psicológicas complexas frustrando diversos tabus, não só em defesa dos negros, mas também dos homens homossexuais e bissexuais enquanto buscavam a sua aceitação social.

James Baldwin nasceu em Nova Iorque em 1924, no bairro de Harlem, onde cresceu e estudou. Partiu para França em 1948, fugindo do racismo e homofobia do seu país de origem. Em 1953 publicou o primeiro romance, Go tell it on the mountain- traduzido – Vá contar na montanha (Alfaguara, 2019), que foi recebido com excelentes críticas. Entre as suas obras mais importantes encontram-se Giovanni’s Room- traduzido- O quarto de Giovanni, The fire next time – O fogo da próxima vez, Going to meet the man – Indo ao encontro do homem, Notes of a native son – Notas de um filho nativo e Another country – Outro país.

 

Destacou-se desde cedo como romancista, ensaísta, poeta e dramaturgo, mas a par disso notabilizou-se como uma das vozes mais influentes do movimento de direitos civis. Foi o primeiro artista afroamericano a aparecer na capa da revista Time. Em 2017, trinta anos após a sua morte, voltou ao palco graças a um documentário baseado na sua obra: I am not your negro. James Baldwin morreu em 1987 no sul de França vítima de cancro no estômago, um ano depois de ter sido nomeado Cavaleiro da Legião de Honra Francesa.

 

“Uma das coisas que mais aflige este país é que as pessoas brancas não sabem quem são e de onde vêm. É por isso que pensam que eu sou um problema. Eu não sou um problema. A vossa história é. E enquanto vocês fingirem que não conhecem a vossa história serão prisioneiros dela. E não há dúvida sobre se estão a libertar-me a mim. Porque vocês não conseguem libertar-vos a vocês. Nós estamos nisto juntos.” James Baldwin

 

Baldwin foi um dos mais influentes escritores da sua geração e uma das personalidades mais relevantes do movimento pela igualdade dos Direitos Civis nos Estados Unidos da América, nas décadas de 50 e 60. Passados 34 anos da sua morte, é relembrada a sua vida e obra.

 

 

Ser um negro gay é uma bênção. Como diz nosso lendário padre James Baldwin: “Não, pensei que tinha tirado a sorte grande”.

Lembre-se de que você é lindo, ousado e brilhante e que seus dons abrirão espaço para você.

 

Os anos de 1957 e 1968 são respectivamente marcantes na biografia de Baldwin: um assinala sua volta aos EUA para participar das manifestações pelos direitos civis, decisão tomada após ver fotos da estudante Dorothy Counts ser assediada por uma multidão branca em seu primeiro dia de aula em uma escola mista; o outro marca seu retorno para a Europa, após o assassinato de Martin Luther King, onde residiria até o fim de seus dias. Durante esses onze anos que separam as datas, ele se dividiria entre criação literária e o ativismo político, participando de inúmeros protestos, encontros com políticos e debates televisionados, mas também publicando oito livros (entre romances e coletâneas de ensaios e contos).

O documentário Eu não sou seu negro, de Raoul Peck, retrata muito bem a tristeza e a indignação de Baldwin com o assassinato de Luther King, mas omite do espectador as discordâncias do autor com o movimento negro advindas da sua homossexualidade. Por conta dela, era zombado e atacado tanto por liberais, como pelo presidente J. F. Kennedy e outros que o chamavam de “Martin Luther Queen”, e radicais, como Eldridge Cleaver, líder do Partido dos Panteras Negras, que escreveu que ele e outros “negros homossexuais sentiam-se frustrados por, em sua doença, não serem capazes de gerar um filho com um homem branco”.

Durante os anos 1970 e 1980, Baldwin ainda falaria abertamente sobre sua sexualidade em entrevistas e escreveria mais um romance protagonizado por um homossexual: Just above my head (1979)- Logo acima da minha cabeça, que narra a história de um pastor gay aclamado internacionalmente. 

 

Por: Juelma Nunes.

 

 

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