A representatividade passa por lugares extremamente importantes, e ter um filme onde que não tenha sido produzido dentro da lógica ocidental como ganhador do Óscar e o que faz do filme “Parasita” uma obra tão representativa.
O filme sul-coreano que foi distinguido com quatro Óscares: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional, Melhor Realizador e Melhor Argumento Original, foi a grande estrela da edição do Oscar deste ano, se tornando assim o primeiro longa não falado em inglês a ganhar a estatueta para Melhor Filme. E é a primeira vez desde os anos 1950 que a mesma obra ganha o Oscar e a Palma de Ouro de Cannes. O longa já tinha feito história em janeiro, ao se tornar o primeiro filme de língua estrangeira a vencer a principal categoria da premiação do SAG Awards, entregue pelo Sindicato dos Atores dos EUA — Melhor Elenco de Filme. Também, levou, no mesmo mês, o prêmio para melhor filme estrangeiro do Globo de Ouro.
Veja abaixo no vídeo o trailer legendado
“Parasita” retrata as ações de uma família pobre (os Kim), que manipula uma família abastada (os Park) para arrumar trabalho. Através de uma série de mentiras e planos mirabolantes, os vigaristas conseguem se “infiltrar” na mansão luxuosa, como um parasita que habita um corpo sem que ele perceba. A casa também está cheia de mistérios que os Kim vão desvendando ao longo da narrativa. Um filme marcado pelo terror psicológico, Parasita também tem os seus momentos sangrentos e rende boas gargalhadas.
Vale apenas relembra que desde o primeiro frame, Parasita traça um retrato crítico da realidade sul-coreana, que chama atenção para as desigualdades econômicas que dividem aquele país. Em dois polos opostos, as famílias Kim e Park simbolizam dois modos de vida totalmente distintos: uns vivem abaixo do limiar da pobreza e os outros são milionários. Isso se torna visível nas dinâmicas, nos problemas e nos universos mentais dos núcleos familiares.